Profissionais orientam como escolher os pescados para a Semana Santa
Em tempos do novo coronavírus e de cuidados redobrados com a higiene, como selecionar, comprar e conservar os pescados para a Semana Santa? O consumo regular desse tipo de proteína é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas é necessário cuidado pois, tanto peixes quanto crustáceos e moluscos, quando têm origem duvidosa, são manipulados de forma errada ou mal acondicionados, podem ocasionar Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs).
Até o momento, não existem relatos de que o novo coronavírus seja transmitido por alimentos. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Espírito Santo (CRMV-ES) reforça a importância da higiene no momento da manipulação e preparo do produto.
O consumidor deve comprar os produtos em estabelecimentos licenciados pelos órgãos sanitários competentes, verificar se a embalagem possui selo do serviço de inspeção (SIM, SIE, SIF ou SISBI) e avaliar as características do frescor, a higiene do ambiente e o armazenamento do pescado.
“Para verificar se o peixe está fresco, e em boas condições, o consumidor deverá observar se a carne está firme, as guelras (brânquias) avermelhadas, escamas bem aderidas, verificar se o odor é suave e característico e se não existe a presença de muco ou caldo denso soltando do peixe, que pode representar processo de decomposição”, pondera a zootecnista e mestre em piscicultura Andrea Tassis de Mendonça Gomide.
No caso do bacalhau, tradicionalmente usado na preparação da Torta Capixaba, o médico-veterinário e presidente da Comissão de Comunicação do CRMV-ES Marco Rocha alerta para alguns cuidados que o consumidor deve ter no momento da compra. “O bacalhau deve apresentar a superfície seca, não pode estar pegajoso, nem com limosidade ou bolor e não deve possuir manchas rosadas ou vermelhas”, diz.
Ao comprar pescados congelados no mercado é preciso ficar atento para não adquirir produtos com embalagens violadas, amassadas, rasgadas, molhadas, furadas ou com outros sinais de alteração, assim como verificar sinais de descongelamento, como o acúmulo de líquidos. E, em tempos de coronavírus, Marco fala sobre os cuidados com a higiene. “Ao manipular o alimento em casa, vale reforçar a higienização das mãos e utensílios”, destaca.
Como avaliar a qualidade do peixe fresco? Verificando as características sensoriais do produto, tais como:
– Apresentar aparência que mostre o frescor da matéria-prima convenientemente conservada;
– Estar isento de qualquer evidência de decomposição, manchas por hematomas, coloração distinta à normal para a espécie considerada, incisões ou rupturas das superfícies externas;
– Escamas devem estar unidas entre si e fortemente aderidas à pele, translúcidas e com brilho metálico. Não podem ser viscosas;
– A pele precisa estar úmida, tensa e bem aderida;
– A mucosidade, em espécies que a possuem, deve ser aquosa e transparente;
– Olhos: ocupar a cavidade orbitária e ser brilhantes e salientes;
– Opérculos (estrutura que recobrem as brânquias) necessitam estar rígidos, oferecendo resistência à abertura;
– Brânquias devem ser da cor rosa ao vermelho intenso, úmidas e brilhantes, ausência ou discreta presença de muco;
– Abdome precisa estar tenso, não deixar marcas ao toque e íntegro;
– Ter odor, sabor e cor característicos da espécie.
Com informações da Assessoria de Comunicação do CRMV-ES e do CFMV