Mal da ‘Vaca Louca’: através da fiscalização agropecuária, médicos-veterinários protegem a economia e saúde do Estado
O trabalho de fiscalização e defesa agropecuária realizado diariamente no Espírito Santo desempenha papel importante para a proteção da saúde pública e da economia estadual e regional.
A inspeção sanitária dos produtos de origem animal é realizada por médicos-veterinários dos serviços oficiais, que garantem a qualidade dos produtos desde o processo de criação dos animais até o seu transporte para a comercialização.
A participação desses profissionais ganhou ainda mais evidência com a confirmação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em setembro, da ocorrência de casos do mal da vaca louca em frigoríficos de Belo Horizonte e de Nova Canaã do Norte (MT), que fizeram com que a China suspendesse as importações de carne do Brasil temporariamente.
Os dois casos de vaca louca detectados no país foram de encefalopatia espongiforme bovina atípica, de ocorrência espontânea e esporádica, que afeta bovinos em idade avançada e não pela ingestão de alimento contaminado que possuem em sua formulação proteína de origem animal. Este tipo de encefalopatia não possui poder de disseminação e não oferece risco à saúde animal ou à saúde humana.
Contudo, na Inglaterra, autoridades confirmaram caso clássico do mal da vaca louca, que geralmente se dá por meio do consumo de rações feitas com proteína animal, como por exemplo, farinha de carne e ossos, o que mais uma vez acendeu um alerta em todo o mundo.
No Espírito Santo, as ações de prevenção acontecem em todos os municípios e começam ainda nos locais de criação dos bovinos.
“São desenvolvidos trabalhos de vigilância e fiscalização dos alimentos ofertados aos animais, impedindo que haja consumo de proteína de origem animal pelos bovinos, o que seria um fator de risco de transmissão da doença no rebanho”, afirma o médico-veterinário do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF), Guilhermo Modenese Recla.
Nos abatedouros, esses profissionais são responsáveis pela análise clínica dos animais, ainda nos currais. Essa avaliação prévia é necessária, pois algumas doenças, como a raiva e a doença da vaca louca – que podem ser transmitidas aos seres humanos -, só podem ser identificadas com o animal vivo por meio da sintomatologia clínica.
Após o abate, é feita uma nova avaliação das partes internas nos animais a fim de identificar lesões características de outras doenças, como brucelose, tuberculose e cisticercose, por exemplo.
“Podemos afirmar que a carne dos animais abatidos em estabelecimentos registrados no serviço veterinário oficial do Estado do Espírito Santo é totalmente segura, pois além da fiscalização quanto ao fornecimento de alimentos para ruminantes, a inspeção é realizada para que sejam abatidos somente animais saudáveis. Além disso, todo o material de risco específico (cérebro, medula óssea, tonsilas, parte do intestino) é eliminado e incinerado, não havendo risco de transmissão da doença para seres humanos. Vale o alerta à população para que sempre verifique a origem da carne consumida”, explica Guilhermo Recla.
(Fonte: Comunicação do Sinfagres)