Estresse laboral afeta saúde psíquica de médicos veterinários
Nos dias 06 e 07 de maio, a Comissão Nacional de Educação de Medicina Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV) promoveu em Brasília, o XXIV Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária (Senemev) com palestras e debates voltados a coordenadoes de cursos de Medicina Veterinária, presidentes de comissões regionais de Educação e estudantes.
A presidente da Comissão de Ensino da Medicina Veterinária do CRMV-ES, Médica Veterinária Dra. Roberta Valeriano dos Santos, participou do evento e fez uma síntese de várias palestras. Abaixo, é possível conferir o resumo da palestra sobre “Saúde mental e trabalho” e seus reflexos na profissão.
A psicopatologia do trabalho, segundo os palestrantes Cláudia Lucia Menegatti Cloves Antônio de Amissis Amorim, refere-se ao estudo da dinâmica que leva ao desenvolvimento do sofrimento psíquico relacionado ao trabalho. Este estudo direcionou a criação do roteiro das doenças ocupacionais em 1999 pelo decreto 3.048, pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.
Na palestra apresentada, estudos demonstraram o aumento importante das doenças laborais e enfatizaram a importância de remediar as causas para evitar que o problema se estabeleça. Além disso, é fundamental admitir a existência de cada uma das doenças laborais para que seja possível fazer a devida intervenção.
“Foram citados na palestra os principais riscos gerais para desenvolvimento de doenças laborais, tais como, falta de estrutura, falta de recursos para atendimento, jornadas longas de trabalho, baixa remuneração, instabilidade e insegurança, falta de preparo para algumas situações profissionais e existências de doenças profissionais”, pondera Roberta.
Os palestrantes apresentaram que, segundo o Estado de São Paulo, em outubro de 2010, 92 licenças eram tiradas por dia para professores com problemas emocionais. Para a classe de professores, os principais fatores de risco são a subnotificação dos problemas, a lógica intrapsíquica instituída, a pressão por produtividade, conflitos interpessoais, falta de lazer e espaços sociais para sua realização, condições ergonômicas insatisfatória, excesso de atividade e a forma de organização do trabalho.
“Segundo os psicólogos: os principais desafios para combater os fatores de riscos das doenças laborais são a própria estrutura de avaliação das alterações, com modelos centrados em diagnósticos de doenças e voltados para intervenção medicamentosa, com ações reducionistas e pontuais, e sem estabelecimento de nexo causal, assim como a ausência de protocolo único. Além disso, há grande dificuldade em identificar de forma eficaz os fatores determinantes do sofrimento e adoecimento mental presentes na organização do trabalho”, destaca Roberta.
Material elaborado pela presidente da Comissão de Ensino da Medicina Veterinária do CRMV-ES, Médica Veterinária Dra. Roberta Valeriano dos Santos