Conselhos listam recomendações para atendimentos veterinários durante a crise do coronavírus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, até o momento, não há evidência significativa de que animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus (Covid-19). Mesmo assim, a recomendação é de que as pessoas infectadas evitem o contato com seus cães e gatos.
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (CRMV-ES) médico-veterinário Marcus Braun, explica que, até o momento, não há comprovação científica de que os animais transmitam para o homem e que os animais não são suscetíveis ao novo coronavírus (Covid-19).
“A covid-19, corona respiratório, não tem qualquer evidência de transmissão entre animais e pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já anunciou que não há transmissão entre animais de estimação e pessoas. A recomendação é que se você é portador do novo coronavírus mantenha a quarentena também do seu animal de estimação, já que é uma doença nova e ainda precisa de muitos estudos”, explica Braun.
Segundo o presidente do Conselho, o corona é um vírus já existente ente os animais. “O corona tem uma família grande. O corona vírus entérico canino Ccov é um velho conhecido, tem sinais que incluem vômitos e diarréias (entre outros), e o contágio somente entre cães tem tratamento suporte e já possui vacina profilática. Em gatos, o corona entérico pode em alguns casos desencadear a PIF (peritonite infecciosa felina), uma infecção severa entérica e também neurológica, altamente contagiosa, e as vezes letal, mas que só é transmitida entre gatos”, pontua.
Mesmo diante desse cenário, por cautela, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) ratifica o posicionamento da OMS e recomenda que os tutores infectados também façam quarentena de convivência com os seus pets.
Atendimento
Os médicos-veterinários, como profissionais de saúde, por enquanto e até segunda ordem, estão autorizados pelos governos estaduais a manter o atendimento normal em clínicas e hospitais veterinários. Isso pode variar de uma região para outra do país e os profissionais devem sempre observar e respeitar as restrições determinadas pelas autoridades.
Para manter o atendimento e, ao mesmo tempo, contribuir para conter a proliferação do coronavírus, o CFMV estimula que o atendimento seja feito com a presença de apenas um único tutor, evitando a aglomeração de pessoas nas clínicas e pet shops. Além disso, recomenda-se que os tutores evitem visitar os animais internados. Também sugere que serviços que não são de urgência e emergência sejam reprogramados.
O Conselho Federal ainda orienta que os profissionais sejam mais severos com a higienização dos ambientes, limpando o recinto a cada atendimento. Limpar principalmente o mobiliário e os utensílios que tiveram contato direto com o animal ou com o tutor, como mesas, bancadas, instrumentos, cadeiras e tudo que foi utilizado durante o atendimento dos pacientes. As recepções também devem intensificar a limpeza.
“Temos que ter em mente que o álcool em gel é apenas para ser usado na higiene das mãos quando não tiver acesso a água e sabão, que é tão eficaz quanto o álcool. Os ambientes podem tranquilamente ser higienizados com detergentes e desinfetantes comuns. É importante ainda a limpeza de todos mobiliários e instrumentos utilizados após a consulta e evitar ao máximo aglomerações em recepção programando um agendamento prévio das consultas”, destaca Marcus Braun, presidente do CRMV-ES.
Marcus reforça ainda que por “se tratar de vida e o ato da consulta ser um processo dinâmico onde é necessário examinar o paciente presencialmente, não é permitido atendimento à distância”.
Higienização
Os responsáveis técnicos dos estabelecimentos veterinários devem manter e reforçar a rotina de higienização que já é exigida e preconizada pela legislação. Devem usar água sanitária ou amônia quaternária, desinfetantes clássicos utilizados na limpeza rotineira das unidades de saúde. Além disso, a Vigilância Sanitária indica que seja usado o álcool 70% no atendimento clínico dos animais, substância com alto poder de desinfecção.
Para higiene pessoal do profissional, a recomendação também é de manter o procedimento padrão de lavar as mãos e os antebraços com água corrente e sabão, antes e após os atendimentos. A OMS recomenda o uso de máscaras somente para pessoas com sintomas e, sempre que possível, disponibilizar álcool em gel. Nas cirurgias, manter o processo padrão de assepsia.
Com informações das assessorias de comunicação CFMV e CRMV-ES