Adoções de animais e medicação por conta própria aumentam durante isolamento social. Saiba o que motiva e os alertas em relação a esses comportamentos
Com as medidas de distanciamento social adotadas durante a pandemia de coronavírus, ONGs e protetores dos animais afirmam que a procura por adoção de cães e gatos teve um aumento de até 50% no período de quarentena. Muitos dos que cuidam de animais em abrigos temporários enxergam um cenário positivo, mas o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Espírito Santo (CRMV-ES) ressalta alguns pontos a considerar antes de decidir adotar um animal.
“É preciso ficar atento ao planejamento de longo prazo para evitar abandono no futuro”, diz a Médica-Veterinária Roseanne Abrante, que também é conselheira e presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do CRMV-ES.
A explicação para esse aumento é a solidão causada pelo isolamento social. Roseanne explica que as pessoas que moram sozinhas, os idosos e as crianças são os que mais sentem falta de estar na companhia de alguém. “Um animal de estimação se torna um grande amigo nessas horas”, segundo ela.
O CRMV-ES ressalta que é importante que antes de adotar ou comprar um animal, a pessoa tenha em mente que eles vivem em média 15 anos e durante todo esse período ele vai demandar atenção, cuidados, gastos, consultas periódicas, exames, vacinas, entre outros.
“Recomendo procurar um Médico-Veterinário, que pode orientar o melhor animal de estimação para sua família, levando em consideração a rotina, o espaço e o tempo disponível. Os mais comuns são os cães e gatos, mas aves, tartarugas e outros animais também podem ser ótimas companhias”, completa Roseanne.
Outro comportamento que teve um aumento neste período de pandemia foi a medicação por conta própria dos tutores nos animais. Segundo o portal CyberPet, as principais perguntas feitas por tutores ao Google têm relação com a medicação sem orientação de Médicos-Veterinários.
“Quanto de difenidramina eu posso dar para o meu cachorro?” e “o que eu posso dar ao meu cachorro para a dor?”, são as duas perguntas que lideram o ranking da lista divulgada pelo portal.
Segundo Roseanne, medicar um animal sem prescrição se torna comum porque as pessoas preferem evitar sair de casa.“Isso pode ser muito perigoso porque ele pode estar sendo medicado de forma incorreta e agravando doenças”, diz ela.
“Com esse hábito o tutor pode estar perdendo tempo enquanto espera a melhora com a medicação inadequada e deixando de tratar de forma correta as doenças que o animal pode apresentar. Só um Médico-Veterinário é capaz de diagnosticar e tratar da melhor forma o seu animal de estimação”, alerta Roseanne.
O CRMV-ES ainda alerta que muitos medicamentos têm contraindicações e muitos animais podem ser intolerantes a algumas substâncias e portanto, a atitude de medicar sem a prescrição de um Médico-Veterinário, pode piorar o quadro do animal, que em alguns casos pode evoluir até para o óbito.