A presença de patologista em procedimentos cirúrgicos propicia importante evolução diagnóstica e no tratamento de câncer em animais
O aumento da expectativa de vida dos animais e os maiores cuidados dos tutores com os mesmos fizeram com o que o diagnóstico de canceres nos animais aumentasse. Demais fatores como genética e contato com substâncias possivelmente cancerígenas também influenciam para este quadro.
Seguindo a detecção de um tumor nos animais, o próximo passo é estabelecer qual o tipo de lesão; se realmente é um câncer ou se é um aumento de volume por outra causa. Para isso o médico veterinário cirurgião ou clínico conta com a ajuda do médico veterinário patologista. Dentre as diferentes formas de diagnóstico, uma forma nova e fundamentada na medicina vem sendo utilizada.
A consulta intra-operatória consiste na presença do médico veterinário patologista durante o procedimento cirúrgico, para que o mesmo possa avaliar macroscopicamente e microscopicamente lesões e leitos cirúrgicos com o intuito de fornecer informações para que o cirurgião possa tomar decisões sempre visando o melhor para o paciente.
Suas indicações são: avaliação de margem cirúrgica, confirmar ou excluir malignidade de lesões, classificação de tumores, confirmação ou exclusão de infecções e confirmar amostra adequada para o diagnóstico. A principal ferramenta utilizada pelo patologista é o corte e congelação, técnica que foi utilizada pela primeira vez em 1885 e publicada com a metodologia mais aceita em 1905. Consiste em congelar pequenos fragmentos da lesão, em equipamentos específicos – criostato ou micrótomo portátil, e observar seu comportamento em relação ao tecido saudável e suas características. Mas o exame citopatológico e macroscópico também são empregados, cada qual com sua indicação e importância durante o procedimento.
Não há contraindicação absoluta para a técnica, porém recomenda-se evitar a utilização da técnica por mera curiosidade. Deve-se priorizar a consulta intraoperatória quando a mesma for capaz de mudar decisões cirúrgicas sempre obtendo o melhor resultado para o paciente.
Fonte: Dra. Maylla Garschagen Gava, Médica Veterinária, CRMV-ES 1769