A atuação do médico-veterinário do campo à mesa
Ao contrário do que se possa pensar, a atuação do médico veterinário não se restringe apenas ao tratamento dos animais. Para que a carne, o leite, o ovo, o peixe, e todos os outros produtos de origem animal cheguem na mesa do consumidor, é necessário um rigoroso trabalho de inspeção alimentar que é realizado pelo médico veterinário. A habilitação de fiscalização de produtos de origem animal é uma competência privativa dos médicos veterinários, e está atrelada aos órgãos oficiais de controle, seja na esfera federal, estadual ou municipal.
O trabalho desse profissional começa ainda no campo, pois uma de suas funções é preservar a saúde e bem-estar dos animais e assegurar a produtividade dos rebanhos. Dessa forma ele atua na prevenção, diagnóstico e erradicação de doenças importantes para a saúde única.
O conceito de Saúde Única (One Health), faz referência à integração entre saúde humana, animal e meio ambiente, uma é indissociável da outra. Quando esse profissional preserva a saúde e bem-estar dos animais e assegura a produtividade dos rebanhos, ele diminui o risco da transmissão de doenças ao homem e controla as condições de higiene em produtos de origem animal destinados à alimentação.
Os médicos veterinários Gilberto Marcos Júnior e Fernando Marcos Rubim explicaram que o profissional da medicina veterinária atua dentro do conceito FROM FARM TO FORK (em tradução livre: do campo à mesa), isto é, desde o início até o fim do ciclo de produção.
“Já no final da cadeia produtiva, é competência privativa do médico veterinário a inspeção de produtos de origem animal, atuando na detecção de lesões e aspectos macroscópicos de alterações patológicas que podem estar presentes nas carcaças de animais abatidos, bem como nas análises de patógenos e de possíveis fraudes em demais produtos de origem animal, como leite, ovos e mel. O médico-veterinário, atua ainda ao final da cadeia produtiva, desenvolvendo e garantindo a implementação de programas de autocontrole dentro das agroindústrias, visando a produção inócua de produtos de origem animal.”, afirmou.
Agronegócio
O Agronegócio, uma das principais fontes de renda do Brasil, também depende imensamente do trabalho desse profissional. O médico-veterinário trabalha desde o desenvolvimento e aperfeiçoamento de programas de melhoramento genético, nutrição e sanidade animal, até a comercialização do produto final acabado.
No Espírito Santo, as atividades do agronegócio correspondem a 30% do PIB estadual, sendo a atividade econômica mais importante em 80% dos municípios capixabas, segundo dados do Governo Estadual. O estado é o maior produtor de café conilon, participando com mais de 75% da produção brasileira dessa espécie. Além disso, é o maior exportador nacional de mamão papaya e se destaca na exportação de outras culturas como abacaxi, maracujá, côco, goiaba e morango.
“As ações desenvolvidas geram para os agro-empresários melhor retorno financeiro em todos os elos produtivos. Melhora nas condições reprodutivas, maior prolificidade dos animais, lotes mais uniformes, animais com melhores aptidões para as atividades fins, melhora de conversão alimentar, ganho de peso, menores gastos com tratamentos e descartes involuntários, são alguns fatores que podemos citar como reflexo de uma atuação veterinária bem desenvolvida ainda a campo.”, acrescentaram os médicos veterinários Gilberto e Fernando Marcos Rubim.
Um compromisso assumido pelos profissionais é de aprimorar continuamente seus conhecimentos e utilizá-los em benefício dos animais, do homem e do meio-ambiente. Desta forma, os médicos veterinários se mostram como agentes fundamentais para o desenvolvimento do setor agropecuário, agroalimentar e da saúde única.