Por que a Leishmaniose é questão de Saúde Pública?
A Leishmaniose Visceral (LV), conhecida popularmente como calazar, é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças mais negligenciadas do planeta. Estima-se que no mundo ocorra uma média de 500 mil casos ao ano. No Brasil, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam uma média superior a três mil casos anuais e uma letalidade em torno dos 7%, tendo como fator de imensa preocupação a elevada concentração de casos em crianças de zero a 14 anos. A doença também pode acometer uma alta proporção de cães em algumas localidades de municípios endêmicos.
Classificada como uma zoonose clássica, a LV envolve no seu ciclo de transmissão um vetor (flebótomo), conhecido popularmente como mosquito-palha, birigui ou cangalhinha, que se reproduz em matéria orgânica, e cuja fêmea realiza seu repasto sanguíneo em animais vertebrados. Esses animais atuam como reservatórios e em áreas urbanas os cães são os principais alvos escolhidos.
Por esse motivo, o uso de medidas de prevenção, como produtos repelentes aos insetos ou vacinas antileishmaniose visceral canina, bem como o uso de telas finas em canis, são importantes para reduzir os impactos dessa zoonose. Por outro lado, o manejo correto e ético do animal doente é essencial para evitar que esse se torne uma fonte de infecção potencial e, portanto, um risco para saúde de outros animais e seres humanos.
Em todas essas ações, o Médico-Veterinário exerce um papel específico e relevante, o que o torna essencial na vigilância, prevenção e controle da LV, atuando em duas vertentes estratégicas: a saúde pública e a clínica veterinária.
Com informações da Assessoria de Comunicação do CFMV