Fala Vet: Carolina Giuberti, médica-veterinária pioneira na área de endocrinologia no ES
Formada há sete anos e pioneira na área de endocrinologia e metabologia de pequenos animais no Espírito Santo, a médica-veterinária Carolina Giuberti participa do “Fala Vet” e conta um pouco da sua trajetória, desafios e descobertas na profissão.
Descoberta
Desde o primeiro ano do curso de graduação, realizado na Universidade Vila Velha (UVV), a médica-veterinária Carolina Giuberti realizou estágios em diferentes áreas para conhecê-las e saber em quais poderia atuar após formada. A médica-veterinária estagiou em laboratório clínico, clínica de equinos, clínica de pequenos animais e clínica de felinos, além de fazer um estágio curricular supervisionado na Universidade de São Paulo (USP) e um estágio em um hospital particular de pequenos animais no Espírito Santo. Foi nesse último estágio, no hospital de pequenos, que ela recebeu o convite para fazer parte da equipe de veterinários contratados, assim que estivesse formada.
O divisor de águas na vida da médica-veterinária foi em 2015, dois anos após formada, quando resolveu investir em uma especialização lato sensu em endocrinologia e metabologia de pequenos animais, no Rio de Janeiro, se tornando pioneira no Espírito Santo a realizar esse tipo de trabalho. “Decidi fazer a pós-graduação, ao mesmo tempo em que percebi uma carência de profissionais e atendimento especializado na área de endocrinologia no estado. Associado a isso, tive o apoio e incentivo da equipe do hospital e um certo estímulo da minha história pessoal, quando foram constatados alguns problemas na minha própria glândula tireóide”, pontua Carolina.
O pioneirismo na área de endocrionologia, que resultou em palestras em instituições de ensino superior, somado à conquista do título de Honra ao Mérito, pelo destaque no curso de graduação, e ao emprego imediato, fazem parte das realizações profissionais vivenciadas na carreira, resultado, segundo Carolina, de dedicação diária.
Mulher, profissão e maternidade
Nos últimos anos, a profissão de médico-veterinário teve um desenvolvimento favorável, mesmo em tempos de crise. O mercado pet se mostrou firme e está em ascensão, e a profissão vem acompanhando esse crescimento.
O mesmo ocorre com a presença da mulher na profissão de médica-veterinária, que só faz crescer. Para a veterinária, é notória a conquista e destaque delas no mercado, embora o preconceito ainda exista. “Quanto mais a mulher adquire conhecimento e aprende, mais ela quer se dedicar para mostrar o seu melhor. Vejo que ainda existe um pouco de preconceito quanto ao trabalho feminino com animais de grande porte, como equinos e bovinos, por exemplo, mas percebo que, com a entrada de mulheres dedicadas na área, isso também vem mudando nos últimos anos”, afirma Carolina.
A profissional ainda pontua a importância do médico-veterinário na manutenção da saúde única, no controle de zoonoses, saúde pública, higiene e inspeção de carnes, controle de qualidade de produtos lácteos e demais alimentos de origem animal. “Estamos presentes dentro dos supermercados, fazendo todo esse serviço de vigilância e controle de qualidade de produtos de origem animal, na preservação e conservação de espécies de vida livre, de animais silvestres e ameaçados de extinção”, diz a médica-veterinária.
Por outro lado, a desvalorização profissional frente à sociedade é outro desafio apontado pela profissional. “O desconhecimento ou a falta de entendimento por parte da sociedade, da atuação do médico-veterinário, é algo que precisa ser modificado. O desafio é mudar essa percepção de que veterinário cuida somente de cães e gatos e perceber o quão importante é o seu papel perante a sociedade. Mas entendo também que deve partir da inciativa dos profissionais se valorizarem em relação ao tipo de trabalho proposto e executado, para que aos poucos a sociedade entenda e reconheça isso”, pondera.
A maternidade é um assunto novo e que promete movimentar a vida da médica-veterinária Carolina Giuberti, que está de licença. “Me tornei mãe há dois meses e um outro desafio que vejo como mulher é conciliar a maternidade com o trabalho. Será um grande desafio pessoal e profissional retornar aos meus atendimentos, que, confesso, já estou com saudades”, brinca Carolina.
Assessoria de Comunicação do CRMV-ES