A raiva e o papel imprescindível do Médico-Veterinário na sua prevenção e vigilância
Recentemente a notificação de um caso confirmado de raiva em um cão da região metropolitana do Rio de Janeiro acendeu um novo alerta sobre a doença, visto que este foi o primeiro caso da doença nessa espécie registrado no estado nos últimos 26 anos.
A raiva é uma zoonose infecciosa viral que se desenvolve como uma encefalite progressiva e aguda que pode acometer todos os mamíferos e que nos últimos anos se mantém em circulação principalmente por meio dos morcegos, no chamado “ciclo aéreo da doença”. Cabe destacar, porém, que eles não são os vilões, pois são essenciais para o equilíbrio do ecossistema e suas colônias só devem ser manejadas com auxílio técnico capacitado.
Acompanhando os dados nacionais, nos últimos anos os casos de raiva no Espírito Santo têm acometido essencialmente bovinos, equinos, morcegos e eventualmente ovinos e primatas não humanos (PNH). Já em cães e gatos, não há registros recentes de casos da doença.
Na prevenção, diagnóstico, controle e vigilância permanente da raiva no país, o Médico-Veterinário (MV) dos serviços público e privado é um profissional essencial, pois possui uma formação única sobre as doenças de caráter zoonótico e seus impactos na saúde pública, evidenciando sua importância como profissional de saúde, uma vez que ao acometer os seres humanos, a doença evolui para o óbito em quase 100% dos casos.
Principais Ações do Médico-Veterinário na prevenção e vigilância da Raiva:
✓ Vacinação anual de cães e gatos em campanhas, clínicas, consultórios e afins;
✓ Vacinação anual de bovinos, equídeos, ovinos e etc;
✓ Notificação de animais suspeitos que apresentem sintomas neurológicos sem confirmação para outra doença:
→Ao Órgão de Defesa Sanitária Estadual (IDAF) no caso de animais de interesse econômico ou de produção (bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos e outros).
→As Unidades de Vigilância de Zoonoses no caso de cães, gatos e morcegos;
✓ Colheita de material para ser encaminhado para o serviço público de saúde com fins de diagnóstico;
✓ Orientação da população em geral a:
→Comunicar ao serviço de saúde local, o mais rápido possível, qualquer tipo de acidente com animais domésticos ou silvestres, como mordedura ou arranhadura.
→Comunicar imediatamente as Unidades de Vigilância de Zoonoses ao encontrar um morcego morto ou caído, para que o mesmo seja recolhido e enviado para diagnóstico.
Também não podemos deixar de salientar que todos os profissionais com risco de exposição ao vírus da raiva, como os Médicos-Veterinários, devem realizar a profilaxia através da vacinação pré-exposição e o acompanhamento anual da titulação de anticorpos contra o vírus rábico, sendo esse serviço oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.